06/07/2012

Por estas e por outras é que eu assinei isto DUAS vezes.

Eu trabalho em fiscalidade e ando com a cabeça arruinada com esta mania do Estado tirar tudo e mais alguma coisa às pessoas e fazê-lo de forma clara ou às curvas e contra curvas e depois ficarem todos admirados em Abril ou Maio quando pensam que vão receber imposto e afinal têm é de pagar.
O dinheiro não chega ao final do mês.
As urgências dos hospitais têm menos pessoas porque não vão lá que têm de pagar 20 euros por consulta, mesmo os pensionistas e esse dinheiro faz-lhe muita falta.
Morrem velhinhos em casa, sabe Deus como.
Duas irmãs, uma tratava da outra, acamada. A que se mexia morreu e ali ficou em casa, morta. A outra,  acamada, morreu também à fome e à sede, por não ter ninguém que tratasse dela. Assim: por não ter ninguém. Na miséria mais miserável que há: sem nada nem ninguém.
Isto revolta uma pessoa. É que revolta mesmo. Os políticos não fazem nada contra isto. Mas o pior não é isso: arruínam mais as coisas. Agora, tenha-se ou não filhos, não vale de nada porque não conta quase nada para o apuramento do imposto (IRS) a pagar. Como se quem tem filhos não tivesse despesas com esta criação de riqueza do pais que é dar-lhe pessoas. Que são urgentes! Indispensáveis! Para sair desta crise!

Andem as pessoas a viajar e a levar uma vida folgada  ou a criar filhos - a riqueza para este país - é a mesma coisa para o estado e para estes políticos que deviam era mesmo passar mais tempo na faculdade a tirar cursos a sério, sem ser num ano ou ao domingo. Gente mais preparada. Um bocadinho só de preparação que isto até enerva. Pelas consequências que tem!
As pessoas velhinhas andam a morrer sozinhas em casa e só os voluntários e a Igreja se ocupam destas pessoas. O resto: falam, falam mas não fazem  nada.
Neste país, ter filhos ou não ter, para o estado, tanto faz. Mas por cada filho que se tem, uma pessoa gasta nuns anitos o correspondente a muitos milhares de euros e esfola-se a trabalhar para os criar. E este país não vai para a frente se não houver crianças. A criação de riqueza depende disso. Porque 2 mais 2 são 4. Aqui e na China. E não se sai duma crise destas sem pessoas a nascer e só pessoas a envelhecer. Não se se sai, não, andem os políticos mal amanhados e impreparados a dizer o que disserem: cumprimento, incumprimento, mais troika, menos troika, mais tempo, menos tempo. O que este país precisa - além de políticos a sério - é de crianças.
E depois as pessoas não têm filhos porque, para ter filhos não se pode deitar contas à vida, as pessoas deitam contas e não têm filhos.
Por isso é que quando isto me chegou às mãos: assinei.
E assinei DUAS VEZES: em nome deste blogue com "apoio institucional" (ui!) e em meu nome pessoal como advogada que trabalha em fiscalidade há décadas (curso de Direito completo e feito em 5 anos, lectivos e de vida) e sabe do que anda a falar. Sabe porque aprendeu nos bancos da faculdade e nos "bancos" da vida. E na desilusão que estes políticos são.
Se não formos nós, não nos safamos.










ENQUADRAMENTO

Como todos sabemos, Portugal está a envelhecer a um ritmo preocupante. Desde há 30 anos

que não conseguimos assegurar a renovação das gerações! Nascem cada vez menos crianças e

estamos a caminho de ser o 2º país mais envelhecido do mundo, superado apenas pela Bósnia!

Os estudos sobre pobreza em Portugal mostram que as famílias com filhos são as que têm
maiores índices de pobreza e as crianças são o grupo etário que sofre de maior privação.
O Estado considera as crianças como cidadãos mas, muitas vezes, ignora a sua existência ou
considera‐as como uma percentagem variável. Vejamos o que se passa em vários domínios:
• Taxa do IRS – cada filho vale zero;
• Deduções personalizantes do IRS – cada filho vale cerca de 75%;
• Deduções de educação, saúde,…(entre os 3º e 6º escalão do IRS) – cada filho vale 10%;
• Abono de família – cada filho vale meia pessoa – 50%;
• Taxas moderadoras – cada filho vale 0;
• Passe Social Mais ‐ cada filho vale 25%.
Estas situações revestem‐se de uma enorme injustiça e acarretam ao país graves
consequências, pois comprometem o crescimento económico e a coesão social,
nomeadamente, a sustentabilidade da segurança social e do sistema de saúde.
Quando se olha para o rendimento é justo não esquecer quantas pessoas esse rendimento
alimenta e veste. Será que esse rendimento sustenta 2 pessoas? Ou sustentará 3 (pai + mãe +
1 filho), ou 4 (pai+ mãe + 2 filhos), ou 5 (pai + mãe + 3 filhos) ou muitas mais? Justo seria que o
rendimento da família fosse avaliado em função do número de pessoas que sustenta. Ou seja,
que fosse dividido pelo número de elementos da família! Isso sim, seria justo.
É por essa razão que um grupo de cidadãos e organizações se juntou para lançar o Manifesto
“UM FILHO VALE UM” cujo texto se segue.
MANIFESTO “UM FILHO VALE UM”
Todos os dias a sociedade pede mais às famílias. Mais impostos. Mais tempo. Mais
responsabilidade e dedicação.
Afinal as famílias são aquela estrutura que está sempre lá. Conta‐se com ela para o dia‐a‐dia e
para os momentos extraordinários. É a solidez das famílias que confere resiliência às
sociedades. E o que distingue muitas vezes uma crise de uma catástrofe é apenas a existência
de redes familiares suficientemente fortes e funcionais para absorverem e reagirem aos
diversos problemas e desafios que marcam cada geração.
Mas para que as famílias possam cumprir a sua missão é preciso darmos‐lhes condições para
que possam resistir, crescer e ter os filhos que desejam. Se a decisão de ter filhos for feita com
verdadeira liberdade e responsabilidade, teremos mais crescimento económico, mais
capacidade de pagar melhores reformas, saúde e educação.
O nascimento de um filho representa um momento muito especial. Para os pais, um filho tem
um valor incomensurável, valerá sempre muito mais do que um. Verdadeiramente o seu valor
é tanto que não é possível contabilizá‐lo. Sempre assim foi e assim continua a ser. O nosso
manifesto, porém, não exige tanto. Pede apenas que cada filho possa ser visto e considerado
como aquilo que é: um filho. Um filho tem de valer um!
O Estado reconhece as crianças como cidadãos mas, muitas vezes, ignora a sua existência ou
considera‐as como uma percentagem variável. Esse equívoco deve ser corrigido. Essa injustiça
tem de ser reparada. A capitação dos rendimentos familiares para efeitos fiscais e de acesso
aos serviços sociais deve ser a regra. Para os pais um filho vale tudo. Para o Estado um filho
deve valer um.


Desculpem a forma como veio para aqui o manifesto. Mas este blogue não permite anexos em PDF e eu fiz mesmo um "copy" e veio para aqui assim.
Avante! Se conquistámos meio mundo, não havíamos agora, "poucos" séculos depois de fazer uma coisa destas???? Assim: tão simples, comparado com o que os nossos antepassados fizeram????

Beijinhos da vossa Maria com muita esperança nos Portugueses (e sem nenhuma nos políticos).

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto é o País que temos e que vamos deixar aos nossos filhos, resultado da porcaria dos políticos que governam este país e que as pessoas apoiam.